
Na pré-adolescência, os amigos parecem ocupar o centro do universo. A roupa que vestem, as gírias que usam, as músicas que escutam… tudo ganha força quando vem do grupo. E, nesse turbilhão, muitos meninos e meninas sentem que precisam se moldar para caber dentro da roda.
O medo de ficar de fora pode levar a aceitar coisas que não combinam com quem eles são de verdade.
É nessa hora que os pais entram como bússola silenciosa. Não com discursos longos ou broncas, mas com conversas simples que mostrem que dizer “não” não significa perder amigos. Pelo contrário: é justamente quando a criança consegue sustentar sua opinião que ela aprende o valor do respeito mútuo.
Um exemplo prático? Imagine que o grupo todo decidiu faltar a uma aula. Seu filho, inseguro, não sabe o que fazer. Se já ouviu em casa frases como “confiança é não trair a si mesmo” ou “bons amigos respeitam escolhas diferentes”, terá mais chances de se posicionar sem tanto medo.
É claro que não existe fórmula pronta. Algumas vezes, os filhos vão errar. E está tudo bem: o mais importante é que sintam que podem voltar para casa e contar o que aconteceu, sem receio de críticas ou julgamentos. Esse espaço de acolhimento faz com que eles aprendam com as experiências e se fortaleçam para as próximas situações.
No fim, lidar com a pressão dos amigos não é sobre afastar o grupo, mas sobre ensinar os jovens a carregar consigo uma voz interna firme o bastante para não se perder no coro. Quando essa voz é nutrida em família, ela se torna o maior escudo contra decisões precipitadas e escolhas de risco.