
As redes sociais fazem parte do dia a dia dos nossos filhos. Para eles, o celular não é só um aparelho: é ponto de encontro, palco de diversão, vitrine de ideias e espaço de expressão. Mas, junto com as oportunidades, vem também o peso das comparações, a busca incessante por curtidas e a sensação de que nunca se é “bom o bastante”.
Muitos adolescentes saem das redes sorrindo, mas por dentro estão se sentindo menores do que os outros. Fotos perfeitas, corpos padronizados, viagens incríveis… tudo isso, quando consumido sem filtro, pode virar um veneno silencioso para a autoestima. A comparação constante cria insegurança, alimenta cobranças e fragiliza a confiança dos jovens em quem realmente são.
O papel da família
Os pais podem e devem ser protagonistas nessa história. Não se trata de proibir, mas de orientar e estar junto. Combinar horários de uso, reservar momentos livres de telas (como refeições e hora de dormir) e perguntar o que os filhos têm visto são atitudes simples que fazem toda a diferença.
Converse com eles sobre o que aparece no feed: “Esse conteúdo te inspira ou te deixa para baixo?”. Ajude-os a entender que muito do que está online é editado, filtrado e irreal. Quando os adolescentes percebem que não precisam se comparar o tempo todo, ficam mais livres para usar as redes de forma saudável.
Dicas práticas para o dia a dia
- Mostre interesse: pergunte o que eles gostam de seguir e assista junto algumas postagens.
- Estimule a diversidade: incentive-os a acompanhar páginas que falem de ciência, esportes, música, arte e causas sociais.
- Equilíbrio é chave: não se trata de desligar tudo, mas de aprender a alternar entre mundo virtual e experiências reais.
- Cuide do sono: combinar que o celular fique fora do quarto já é meio caminho andado para noites mais tranquilas.
- Valorize conquistas reais: um elogio por um esforço nos estudos, uma ajuda em casa ou uma atitude gentil vale mais que cem curtidas.
Olhar atento para sinais de alerta
Isolamento, irritabilidade constante, queda brusca na autoestima ou o hábito de perder noites preso às notificações são sinais de que algo não vai bem. Nesses casos, é hora de conversar com calma, abrir espaço para o diálogo e, se necessário, buscar ajuda especializada.
Para lembrar
As redes sociais não são vilãs por si só. Elas podem conectar, ensinar e até fortalecer amizades. O segredo está no equilíbrio e no acompanhamento da família. Mais do que controlar, o desafio é ensinar os filhos a usar a tecnologia com consciência, de modo que a autoestima deles não dependa de curtidas, mas da certeza de quem realmente são.