
Criar filhos juntos nem sempre é caminhar no mesmo passo. Um quer colocar de castigo, o outro acha exagero. Um defende rotina rígida, o outro acredita no diálogo livre. Essas diferenças são comuns — afinal, cada pessoa carrega sua história, seus valores e suas experiências de infância
Mas quando os pais não se alinham na hora de educar, quem sente é a criança, que pode acabar confusa, insegura ou até tirando vantagem da situação.
O problema não é pensar diferente — é deixar essas diferenças virarem disputa. Quando um desautoriza o outro na frente do filho, a mensagem que fica é: “quem manda sou eu” ou “você pode escolher com quem é mais fácil”. E isso não ajuda ninguém. O ideal é que pai e mãe conversem a sós, longe dos filhos, para ajustar as decisões e tentar encontrar um meio-termo. Não se trata de vencer uma discussão, mas de construir um modelo que faça sentido para a família inteira.
Vale lembrar que não existe manual único para educar. O que funciona para uma família pode não funcionar para outra. Por isso, diálogo é tudo. Perguntar um ao outro: “Por que você acha importante fazer assim?”, “O que você tem receio que aconteça?”, “Será que podemos testar esse caminho juntos por um tempo?” — essas perguntas abrem espaço para acordos reais, não imposições. E educar com parceria é também um presente para o filho, que cresce vendo o respeito e a cooperação dentro de casa.No fim das contas, os filhos não precisam de pais iguais, mas de pais que se respeitam, se escutam e caminham juntos. Quando há coerência e afeto entre os adultos, as crianças se sentem mais seguras para crescer, errar, aprender e tentar de novo. Porque educar é isso: uma dança a dois, cheia de ajustes e aprendizados, onde o mais importante não é acertar sempre — mas estar disposto a fazer juntos, com o coração no mesmo compasso.